sábado, 2 de abril de 2011

Direitos iguais

Bem, decidi começar o blog falando de moda masculina por um motivo simples: mostrar que não vou esquecer dos meninos! Além disso,estou tão saturada de informações sobre moda feminina que preciso dar uma descarregada.

Não precisa ser conhecedor profundo da moda masculina - como eu NÃO SOU - para saber que ela é cercada de tabus, muito mais do que a "democracia" (muitas aspas, por favor) feministana. É verdade que muitos preconceitos já foram praticamente abandonados. Hoje em dia homem usa rosa, roupa colorida e skinny jeans, certo? Mas será que não tá na hora de ir mais além?

O último grito em tendências invernais, nas passarelas femininas, foi o colorblock. A composição do look em blocos de cores é tranquila para as meninas, que estão adorando (eu!). Proposta semelhante foi feita aos homens no Verão 2011 de Jil Sanders. Quem aderiu? poucos.

Quando os homens dizem que as mulheres não se vestem pra eles, mas para as outras mulheres eles não se voltam para questionar a própria postura. Eu, por exemplo, acho lindo se um homem consegue agregar cores fortes ao look (sem parecer um fã retardado de restart). Gosto da imagem, da alegria que passa. O problema é que eu não vejo isso acontecer nas ruas e não sei se vou ver tão cedo...

Jil Sanders ensinando a colorir (Fonte: ffw)

(Fonte: LookBook)


As passarelas brasileiras, não tão ousadas, optam por propostas menos questionáveis e/ou sucetíveis ao erro, como a composição cashmere em vermelho + couro preto da Osklen e o coloridinho discreto e comportado da V. Room, ambos do Inverno2011.

(Fonte: ffw)

Mas não são só as cores que causam controvérsias entre os homens. Muitas modelagens, principalmente as com uma pegada mais feminina, causam horror nos núcleos regados a testosterona. E sobre isso eu já vi de tudo, até - PASMEM - homem dizendo que sobretudo/ trench-coat/cachecol/suéter (!) é "coisa de mulher". Para muitos, roupa se resume ao combo jeans reto + camiseta, uma jaqueta de moletom (!!) se estiver fresquinho e tênis. 
Sou suspeita pra falar porque adoooro um homem de trench-coat e chapéu, no melhor estilo casablanca. Além disso, sou fã assumida das sainhas de Marc Jacobs e rezo todos os dias pra encontrar um bofe que use (sério, tentei convencer meu primo a ir ao baile de formatura usando um kilt. não rolou, mas eu tentei :/). Acho que tem que ser muito macho pra encarar uma saia, mas ainda tenho esperança nos homens.


Marc e seu combo saia + coturno: ensinando a ser macho até de saia.

Um tanto mais ousado que os conterrâneos brasileiros, João Pimenta trabalha a modelagem feminina para os homens de forma brilhante em sua passarela de inverno, com alfaiataria impecável e um quê de liturgia (sim!) misturado com militarismo. 

(Fonte: ffw)

Ainda sobre modelagens, temos a polêmica da calça jeans, que está cada vez mais "skinny". Não sei se vocês sabem da última da Levi's, que "inventou" (aspas, aspas e mais aspas) a tal da calça "ex-girlfriend", que nada mais é do que um super super super skinny jeans. Achei o nome de mal gosto, não sei, talvez machista, mas eu gosto da proposta. 

No mais, não basta que marcas como a Levi's tomem a iniciativa (e são elas mesmo que estão na vanguarda disso tudo), se ela não for visada, questionada e aderida pelo público. Cabe a vocês, homens do meu Brasil, nos orgulharem com atitudes menos machistas e preconceituosas com relação à moda. E aí, qual tendência vocês escolhem pra aderir?

2 comentários:

  1. Melina, O seu blog foi é um dos poucos que eu leio TODO o post. Muito bom, gostei do visu (giria old, eu sei) do blog.
    Bem vamos aos coments:

    O problema do brasileiRO é querer pagar de outdoor humano. Acha que esta na moda só por usar uma blusa branca com um CK estampado.

    E quando esse brasieliRO se veste HYPe é tachado como veadjenho.
    Só vamos ter um verdadeiro avanço na moda masculina quando o próprio brasileiRO tiver certeza da sua masculinidade.

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  2. Samuel, obrigada pelo comentário!
    e eu concordo com você sobre esse preconceito do brasileiro, de achar que tudo é gay/feminino demais, tratando sexualidade como qualidade, o que não tem nada a ver!

    sobre ler todo o post, quando eu terminei achei que tinha ficado grande demais. vou tentar melhorar isso, mas obrigada por ler com carinho (:

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